Poderíamos pensar que as serras, depois de despidas do seu ouro, de pouco mais serviriam à cidade. Não acho que tenha sido assim. Se a inspiração se faz de vento, o vento da montanha deu a Ouro Preto um recurso inesgotável. E se o tesouro de uma república é a mente dos seus cidadãos, Ouro Preto é um diamante bem maior do qualquer um dos que saiu das suas montanhas.
Ouro Preto substituiu a prospe(c)ção de minerais por uma universidade. Desde então, a cidade encheu-se de jovens universitários, das mais variadas origens e à procura das mais variadas formações. Principalmente no centro e na zona da Baixita, onde fiquei, existe uma miríade de repúblicas universitárias, com as suas habituais cortes de jovens "indigentes e ruidosos", com os seus habituais amores à música, à beleza e (com a sua habitual dose de ódio contraposto) à academia.
As noites preenchem-se de festas, de sorrisos vagos, de música e de brahma.
Os dias preenchem-se de canções tocadas no violão, de sonolência, de discussões, de almoços rápidos, de almoços lentos e, quando aperta a necessidade, de livros.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
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