terça-feira, 23 de setembro de 2008

War Zone

Autocarro? Nem pensar! O próprio ressoar da palavra ônibus carrega a imagem dos assaltos e dos raptos, da violência à brasileira, universalmente reconhecida como certa, assim se ponha o pé na rua.

E as pessoas esforçam-se que já "conhecem" o Brasil esforçavam-se por não transmitir a imagem de que passar esse tempo todo lá é não menos do que o sinónimo de violação garantida. Alguém havia de lhes ter explicado que a melhor maneira de fazer uma pessoa não olhar para uma coisa é dizer "não olhes". Alguém havia de lhes ter mostrado que o racismo se manifesta melhor quando se diz "não se ter qualquer problema com o facto de uma pessoa ser preta".

Mais, diziam que eu escusava de me preocupar, que andasse tranquilo, mas que "soubesse que nestas coisas...", que "acontece a todos e é sempre preciso ter cuidado", sem muito bem precisar que "cuidados" seriam esses.
Alguém havia de lhes ter dito que a intranquilidade se transmite melhor desejando calma.

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