quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Coxinha - Rituais para uma rotina

Tem os "viajantes" a pretensão de quebrarem rotinas, de buscarem incessantemente o original. Quem o fizer em português tem ainda para mais a incumbência de responder pela tradição dessa geração fortunata, a última a viver a experiência de uma viagem com destino desconhecido. Pois com esses tempos passados, essa geração e esse momento mortos, morreu com eles a originalidade dos "viajantes".

Da minha parte, a originalidade é tanto menor quanto vejo repetirem-se gestos e vontades em cada viagem que faço que criam um padrão, nada menos que uma dessas famigeradas rotinas. É a minha tentativa meio desesperada, meio desastrada, de emprestar significados.

Uma dessas rotinas estabalece-se logo à chegada ao aeroporto. O Papa anterior gostava de beijar o chão em sinal de bênção; eu cá, que não acredito nessas superstições obscurantistas mas no primado da higiene, dispenso o contacto labial directo. Em vez disso, de chegada ao Brasil, tentei fazer alguma coisa que, na minha olímpica ignorância, parece-se muito típica e, como tal, significativa... e mandei vir uma coxinha, com mostarda e tudo.

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